Descobrir e explorar Arouca é o nosso mote para uma aventura inesquecível e que nos vai fazer querer voltar outra e outra vez. Não só porque um dia não chegará para conhecer este singular território e património geológico da Humanidade mas também porque é impossível não estabelecer uma conexão
A diversidade e a forma harmoniosa como todos os elementos naturais, geológicos, culturais, históricos se combinam. Dificilmente encontrará um local tão rico em experiências naturais, com um passado histórico fértil em histórias de rainhas e ao mesmo tempo onde a seja possível viajar no tempo até aos primórdios da vida de há mais de 500 milhões de anos.
Arouca o que visitar
Exibimos aqui uma lista das principais atrações a visitar e damos depois destaque às mais procuradas.
- Serra da Freita
- Pedras parideiras, Centro de Interpretação
- Frecha da Mizarela
- Radar meteorológico de Arouca
- Pedras boroas
- Passadiços do Paiva
- Museu das Trilobites gigantes de Canelas
- Mosteiro de Arouca
Encantos da Vila de Arouca
Debrucemo-nos primeiro pela Vila de Arouca porque aí reside o epicentro deste fantástico território e a partir do qual se tornou, desde os tempos mais antigos das civilizações, uma região fértil em povoamentos, comércio e tradições que ainda hoje podemos testemunhar e continuam a contar como viviam os de antigamente.
Sabia que foi povoada por tribos Celtas e Romanos?
Vamos então mergulhar brevemente pela fantástica história desta Vila.
O Concelho de Arouca é um território historicamente povoado desde tempos remotos, comprovado por inúmeros registos e vestígios pré-históricos encontrados em vários locais. Apesar de ser difícil determinar a altura da sua mais longínqua ocupação, é possível que tenha sido povoada no seu período mais tardio da presença Romana na Península Ibérica, pelos vestígios arqueológicos encontrados.
Imaginava que os Romanos andaram por estas terras?
Não acredita? Pois então o melhor será vislumbrar os Conheiros de Janarde, um dos 41 geossítios do Geopark. Na margem direita do rio Paiva, antes de chegar a Janarde, existe o que se pensa ser uma exploração de ouro aluvionar (área de depósito de matérias orgânicas e inorgânicas deixado pelas águas, formada de calhaus, cascalho, areia e lodo) que se acumulava nos seixos e rochas e é possível observar o amontoado de conheiros oriundos da lavra dos terraços junto ao rio.
E não foram só os Romanos a povoarem este território…
É também reconhecida a permanência no território de populações germânicas (invasões bárbaras) e posteriormente de incursões muçulmanas. Neste período, verificou-se um isolamento das populações em locais menos acessíveis, facilitada pela toponímia característica do território montanhoso, que se refugiou e que só regressou quando, mais tarde, a Reconquista Cristã libertou esses locais. A lenda da Senhora da Mó refere-se a esse período.
Neste contexto, até ao século XXI, todo o destaque desta região vai para o seu Mosteiro, edificado em 1226 e doado pelo Rei D. Sancho I à Rainha D. Mafalda. A história desta terra está assim intimamente ligada ao Mosteiro que se tornou, durante séculos, num ponto nevrálgico da região e à volta do qual o povo arouquense viveu, trabalhou, cresceu e se desenvolveu.
Arouca Geopark
O território do Arouca Geoparque estende-se por cerca de 323 km2, sendo todo o município classificado como como Geoparque Mundial da UNESCO com os seus 41 geossítios, ou seja, locais de interesse geológico visitados anualmente por milhares de turistas.
Cada um deste locais é um ponto de visita obrigatório. A sua singularidade e interesse do ponto de vista científico e didático torna estes locais únicos.
Poderá visitar cada um destes locais por si, de carro e em alguns dos locais terá que se deslocar a pé.
Será importante referir que não tem obrigatoriamente que seguir os geossítios. Poderá usufruir das paisagens, da natureza, do contacto com o meio ambiente sem ter que estar preocupado com a visita aos locais mais procurados. São incontáveis os recantos surpreendentemente belos que encontrará fora dos pontos mais turísticos.
Mosteiro de Arouca
O Mosteiro foi também Convento e albergou. durante séculos, religiosas que aqui viviam e trabalhavam nas suas preces e afazeres religiosos e também contribuam para a comunidade. O ideal será mesmo visitar o Convento na altura da Recriação da vida das freiras no Mosteiro.
Um espetáculo verdadeiramente a não perder!
Mas não pode deixar de visitar o Mosteiro, que está aberto ao público e com visita guiada, que custa 3€. Nesta visita guiada, saberá toda a história da edificação do Mosteiro, a famosa história da ligação da Rainha Santa Mafalda ao mesmo e saber como viviam as freiras enclausuradas nestas paredes durante toda a sua vida. Poderá também vislumbrar a monumental igreja, a enorme cozinha, o salão do cadeiral, os claustros, as celas entre outros espaços.
Na igreja do Mosteiro podemos ver o corpo de Santa Mafalda, conservado em cera. Aquando da exumação do seu corpo para ser trasladado para a Vila, descobriram que estava incorrupto.
Se gosta de antiguidades, em particular as religiosas, está no local certo. O Museu de Arte Sacra permite-lhe conhecer e apreciar incontáveis objetos litúrgicos e outros que faziam parte do seu riquíssimo espólio.
Ao passar pela Vila, aproveite para visitar o Centro de Explicação do Geopark situado na rua onde poderá obter mais informações sobre os locais a visitar, obter um mapa da zona e colocar qualquer questão sobre o percurso que deseja tomar na sua visita.
Arouca Passadiços
A cerca de 12 km do centro histórico, pela estrada R326-1, chegamos aos famigerados Passadiços do Paiva. Um trajeto de 8,3 Km em madeira construído literalmente em suspenso nas encostas dos vales percorridos pelo rio Paiva. Localizam-se na margem esquerda do rio Paiva, entre Espiunca e o Areinho e proporcionam durante todo o seu percurso um cenário de cortar a respiração. O equilíbrio entre a paisagem montanhosa e das escarpas rochosas e as áreas fluviais e trajetos sinuosos do rio Paiva tornam este um local mágico para o contacto direto com a natureza.
Não será difícil de imaginar que esta seja das principais atrações turísticas do Concelho e garanta pela altura da Primavera e Verão cerca de 2.500 visitantes por dia… Sim, mesmo no pico do verão, com temperaturas altas e o sol a bater durante todo o percurso, é atingido o limite diário de visitantes por questões de segurança no próprio percurso. Neste contexto, sugerimos que visite os Passadiços do Paiva fora da altura do calor porque a atividade será muito melhor aproveitada e não será tão cansativa. Não se esqueça que com o tempo mais ameno e o sol a brilhar, as excursões aos Passadiços abundam e o trajeto e o andamento torna-se bastante mais lento.
Aproveite os Passadiços do Paiva durante todo o ano e poderá usufruir melhor desta atividade.
Ah, e outra coisa muito importante, comece o percurso no Areinho em direção a Espiunca… e não ao contrário, caso contrário fará o percurso praticamente todo a subir…
Para mais detalhes leia este artigo sobre Passadiços do Paiva – Tudo o que precisa saber.
Onde ficar em Arouca
E certamente depois de tanto passear, há que descansar.
E porque não aproveita para pernoitar e assim consegue visitar outros locais de interesse? No caso de procurar onde dormir em Arouca, deixamos-lhe uma lista de 10 melhores locais para ficar em Arouca.
A escolha é variada e essencialmente depende de pretende ficar mesmo no centro da Vila ou mais afastado e estar mais perto de algumas das principais atrações (geossítios do Geopark).
Onde comer em Arouca
E mesmo que não aproveite para dormir na região, durante a sua visita facilmente encontrará locais de requinte gastronómico e que vão fazê-lo querer voltar, apenas para apreciar aquele gostoso bife de Alvarenga, ou uma vitela assada no forno, a posta arouquesa, os medalhões e a espetada de vitela arouquesa, o costelão de arouquês, a vitela arouquesa na púcara e as costeletas de vitela arouquesa grelhada.
Hummm, ficou com água na boca?
Então aponte estes restaurantes:
- Tasquinha da Quinta Restaurante. Especialidades: vitela e cabrito assado no forno, “postinha” e a vitela no espeto, “costeletinhas” e os nacos de vitela na brasa, polvo e bacalhau grelhados. Mesmo no centro histórico na Rua 1º de Maio. Convém reservar: 256944080.
- Casa dos Bifes Silva (restaurante e hospedaria). Especialidades: bife à Alvarenga, vitela assada em forno de lenha, bacalhau frito de cebolada. No Lugar do Paço, em Alvarenga. Reservas: 256 955 443 ou 964 016 987 www.casadosbifes.com
- Casa dos Bifes Caetano. Especialidades: bife de Alvarenga, vitela assada, bacalhau com migas. Reservas: 256 955 150 ou 965 070 232. Em Albisqueiros – Alvarenga.
- Assembleia Wine Bar & Restaurante. Em frente ao Mosteiro, na Travessa da Ribeira. Reservas: 256 944 392.
- Alto da Estrada Restaurante Regional. Dos restaurante mais antigos. Especialidades: vitela assada, cabrito assado, cozido à portuguesa, bacalhau à auto da estrada. Situado mesmo à entrada da Vila, na Avenida 25 de Abril, no Burgo. Reservas: 256 944 796.
- Manjar das Oliveiras Restaurante Regional. Reservas 256 484 043.
E como não podia deixar de ser, onde terminamos com uns Doces conventuais?
Bem, talvez o melhor seja mesmo pensar nos Doces regionais antes de almoçar porque certamente não vai ter espaço depois de se deliciar com uns bifinhos de Alvarenga ou uma posta arouquesa. Mas deixamos aqui a informação onde poderá deliciar-se com estes doces regionais.
Doces conventuais de Arouca
Que nome requintado!
Porque chamamos de “doces conventuais”? Como terá lido acima, as religiosas e freiras que viviam no Convento produziam este requintado encanto gastronômico fruto das suas atividades diárias. Não será difícil de compreender que, como referido em cima, as religiosas necessitavam de passar o tempo, para além dos seus afazeres religiosos e portanto, entretinham-se dedicando-se à confeção de doces que foram aprimorando e diversificando.
A
sua confeção baseava-se essencialmente em ovos (gemas) e açúcar. A sua produção era historicamente oriunda do Convento e as receitas desta doçaria conventual mantidas em segredo.
Curiosa é também a atribudição dos vários nomes aos doces conventuais, como resultado do contexto religioso em que viviam as suas produtoras. Nomes como:
- barrigas de freira
- papos de anjo
- pão de ló
- queijinhos do céu
- toucinho do céu
E estes doces conventuais serviam também para trocas comerciais e para garantir o sustento do próprio convento.
Agora que está explicado o nome e a origem, onde provar os Doces Conventuais?
O melhor local é na Casa dos Doces Conventuais de Arouca.
Mesmo em frente ao Mosteiro de Arouca, na rua 25 de abril. https://www.docedearouca.pt/
Festas e eventos anuais
Durante todo o ano acontecem vários eventos relevantes que trazem inúmeros visitantes.
- Feira das Colheitas – Festas Oficiais do Município || Data: na última semana de Setembro
- Data: na última semana de Setembro
- Festival Internacional de Folclore – organizado pelo Conjunto Etnográfico de Moldes || Data: em Agosto
- Arouca Film Festival – organizado pelo Cine Clube
- Festival da Castanha – organizado pela Câmara Municipal || Data: fins de Outubro
- Festa da Rainha Santa Mafalda – Feriado Municipal || Data: dia 2 de Maio.